Microcomputadores da minha vida

Sempre fui fascinado pelos botões piscantes dos computadores enormes dos filmes antigos de ficção cientifica!
Vibrava quando via as atores programando e reprogramando os computadores nos filmes, como Viagem ao fundo do mar, Túnel do Tempo, Perdidos no Espaço, Star Trek, Galáctica, Guerra nas Estrelas e muitos outros.
Até que em meados de 1900ebolinha, me inscrevi para um curso de computação.
Antes da primeira noite de aula, não tive coragem de mexer no microcomputador, ou devo dizer, fui sensato, e fiquei somente olhando um outro futuro colega, teclando, teclando, teclando uma longa narrativa de uma aventura militar. Ele passou mais de uma hora teclando, coçando a cabeça e tentando entender o que estava acontecendo de errado, já que o microcomputador não estava executando o "game" que ele desejava.
Somente quando o professor chegou para a aula é que ele foi avisado que não bastava escrever em português a narrativa de uma história, para que o microcomputador criasse um "jogo de guerra".
Depois das aulas inicial, no dia seguinte, eu coloquei, pela primeira vez, meus dedos em um teclado de microcomputador.

Era um TK82-C, disponibilizado pelo SENAC de Araraquara, para os alunos do curso de BASIC I.
Com teclado de menbrana, possuía um microprocessador ZILOG Z80A rodando em 3,25 MHz, 2 KB SRAM e 8 KB de EPROM com o interpretador BASIC. (Sensasional)
"O sinal de vídeo era enviado por um modulador RF sintonizado no canal 3 VHF e apresentava caracteres pretos sobre um fundo branco (Sim, na TV). A resolução máxima era de 64 × 44 pixels preto e branco, para plotagem gráfica. Haviam alguns caracteres especiais (padrões sombreados), úteis para jogos e imagens básicas." (fonte: Wikipédia)
Depois dos primeiros dias usando o TK82-C, me senti corajoso, para usar o TK83, que usava um chip ULA semelhante ao do ZX81 (micro do qual eles eram cópias).

Curso, concluído, diploma de programador em BASIC I na não e...
Faltava o microcomputador para me aperfeiçoar!
Passei muitos meses seguintes "namorando" um microcomputador, chegando a ir na loja "Rádio Elétrica Geral" várias vezes para comprá-lo, mas, sempre faltava grana. (inflação)
Implorando para minha avó e madrinha (Catarina) para me dar um microcomputador de presente, consegui ganhar meu primeiro.

Um TK85, este já com teclado de borracha conhecido como "chiclete", ROM de 10KB e RAM de 16KB, interface Din para gravador K7 para gravar os programas criados ou ler os programas pré gravados e continuava usando a TV como "monitor".
Quem disse que algum dia eu consegui recuperar algum programa que gravei nas fitas K7, depois de passar horas e horas programando?
Ta certo que a prática leva a perfeição e por conta da impossibilidade de recuperar os programas, eu redigitava linha por linha, ele todinho a cada nova sessão de testes e com isso me tornei um "Ás" do "GO TO" e do "IF THEN"

Comprei também, uma impressora matricial, Elgin Lady 80.

Estava eu todo contente com esse espetacular microcomputador quando um amigo, comprou um computador "colorido", o que me deixou "mordido" de inveja e passei a nem dormir direito pensando em como comprar um igual ou melhor que o dele.

TK90X era o nome do "maledeto" microcomputador que debochava do meu por ter a capacidade de apresentar os dados em uma televisão colorida. No restante, tinha as mesmas características do meu TK85.

Acabei conseguindo encontrar um novo micro, desta vez, de segunda mão, para dar um upgrade em minha vida de programador.
Não lembro ao certo, mas, parece que comprei esse micro de um amigo (Pedro Celi) que conheci nas rodas de "micreiros".

TK 2000, agora com teclado mecânico de 54 teclas, a estrondosa capacidade de aprensentar os dados em 24 X 40 no modo texto e em 280 x 192 com seis cores no modo gráfico. Tinha slot de expansão e portas para impressora serial, porta para joystick, saída RGB para monitor de vídeo e saída para TV.
Fiquei por pouco tempo com esse microcomputador, pois, já estava de olho em um novo e também, queimei ele fazendo experiências em seus circuitos eletrônicos.

Foi então que comprei, juntando todas as minhas economias e alguma grana emprestada de familiares, um TK 3000IIe.

Configuração:
* Processador: WDC 65C02 (1MHz)
* Memória ROM: 16KBytes
* Memória RAM: 64KBytes (máximo de 1MByte)
* Teclado: tipo profissional com 77 teclas no padrão QWERTY com teclado numérico reduzido
* SO: Apple DOS 3.3, PRODOS, CP/M (com cartão Z-80)
* Programação: BASIC, Pascal, COBOL, FORTH etc
* Portas de expansão: sete slots para interfaces padrão [[Apple II] mais um slot auxiliar para expansão de memória
* Joystick: tipo analógico através de entrada padrão DIP, de 16 pinos
* Texto: 24 linhas x 40 colunas (24 linhas x 80 colunas com placa de expansão TK WORKS)
* Gráfico: 192 x 280 (192 x 560 com placa de expansão TK WORKS) pixels
* Portas de cassete: uma entrada e uma saída para gravador de fita cassete
* Portas de vídeo: uma saída de vídeo composto mais uma saída de vídeo com modulador de RF, padrão PAL-M
* Alimentação: 110/220 volts (corrente alternada)
* Dimensões: ~45cm x 38,5cm x 10,5cm
* Peso: ~4kg

Este sim passaria a ser meu companheiro por um bom tempo de programação.
Para ele comprei todas as expansões, placas e periféricos possíveis na época. Inclusive interface para 2 unidade de diquetes 5 1/4, as quais, também comprei.
Para este microcomputador adquiri meu primeiro monitor dedicado de fósforo verde (que chic)!

E uma impressora matricial a LX300 da Epson, com o adaptador para usar fita colorida!
Com ele criei programas de gestão para os negócios da minha família, me diverti com games como o "Prince of Persia" e Karateka.
Cheguei a criar umas vinhetinhas e banners para divulgar as empresas!
Esse microcomputador posteriormente foi usado nas empresas de dois de meus irmãos, ficou anos guardado no armário e só a pouco tempo foi doado.
Também foi com ele que comecei a acessar o que seria o começo da internet, as BBSs

Mais ou menos nessa época eu comecei a usar as agendas eletrônicas.

Primeiro os modelos básicos que só armazenavam nomes e telefones e faziam contas básicas.

Depois, fascinado pelo desejo de ter um computador de mão (na época algo raríssimo) fui juntando dinheiro para comprar a minha primeira agenda eletrônica descente.
Uma CASIO SF 4000 que tinha agenda de compromissos, calendário, agenda de telefones etc etc
Foi uma pena que o "flat cable" dela tenha rompido com pouco tempo de uso e ela acabou ficando em uma gaveta a espera de conserto!

No curso técnico de computação, usei um microcomputador, mais profissional o CP500.
Com teclado profissional de 65 teclas, duas unidades de diquetes 5 1/4 e monitor de fósforo verde de 12", tudo incorporado ao gabinete, contava com memória de vídeo de 1 KB, porta paralela, porta serial RS232.

Depois dessa fase de amadorismo, passei a utilizar todos os tipos de computadores, nas empresas nas quais trabalhei, como os 286, os 386 e assim por diante.

Quando adquiri meu primeiro laptop (usado) éra um 386, de uma marca americana, sim, produzido e montado nos EUA, para orgulho dos americanos. (Não consegui lembrar a marca.)
Como era um habito meu, mexer em todas as configurações e testar todos os recursos, logo precisei trocar este laptop por um novo.

Um Pentium COMPAQ Armada 1100, adquirido "Zero Km" junto com uma bolsa, que me seguia para cima e para baixo, e foi muito utilizado por mim em minha época no UNIBANCO. Até mesmo em trabalhos fora do estado, quando eu montava meu escritório nos hotéis em que ficávamos hospedados.

Para ele comprei posteriormente uma impressora Jato de tinta, Canon Color BJC 240 (a melhor aquisição em termos de custo de impressão e resistência)

Comprei uma impressora jato de tinta portátil Canon Bublejet i50, mas ela não me foi de grande utilidade.

Quando montei meu escritório junto com alguns sócios em Campinas-SP (1998 a 1999), equipei a Matriz com o que havia de melhor (Pentium 133) 13 unidades e uma unidade de ZIP Drive para o backup diário dos dados. Inclusive estabeleci na época um sistema de rodízio entre os sócios para a extração do backup e transporte do ZIP Disk. Para a filial de São José do Rio Preto, montada em 1999, compramos 7 unidades com os novíssimos processadores 233Mhz.

Com incríveis 100Mb de capacidade em cada ZIP Disk, esta era a opção ideal para armazenamento dos dados do escritório de cobrança.

Triste foi descobrir depois de 3 anos que os dados contidos nos ZIP Disks tinham se apagado.
Divertido foi, descobrir que hoje em 2010 estes discos de 100Mb ainda são vendidos por preço médio de R$ 39,00.

Também na época em que estava trabalhando em Campinas - SP, comprei meu primeiro computador de mão (Palmtop), um Palm II e fui migrando meu uso do laptop, para o palmtop

Vendi esse laptop para minha namorada (na época). Ela, posteriormente vendeu para um irmão meu, que acabou passando adiante, depois de um bom tempo de uso.

Usando somente palmtops, fui trocando de modelos, sempre que surgia um novo, e assim tive:

Um palm III

m130
Adquirido em 07/04/2002

tungsten E
Adquirido em 09/01/2004

tungsten E2
Este modelo trazia a inovação de não ter mais memória "volátil" ou seja, caso acabasse a bateria, não perderia mais os dados, como acontecia com todos os modelos anteriores, o que tornava o ato de realizar backups periódicos, fundamental.

Tungsten T5
Palm que ainda tenho, mas agora o utilizo como um equipamento de apoio, quando preciso sair em campo e não posso levar meu notebook.
Eu fazia uso tão intenso dos palmtops que alguns amigos chegavam a fazer piada de que até para namorar eu abria o Palm para ler o "PalmSutra"

E assim fiquei alguns anos sem meu próprio computador desktop ou laptop, até que, após o casamento minha esposa comprou um microcomputador que teve uso compartilhado por nós dois.
Este microcomputador foi presenteado para minhas filhas, junto com a impressora Canon BJC 240.

Depois desse "revival", chegamos aos atuais equipamentos que temos em casa:

1 micro computador Celeron com 3 unidades de HD, 1 unidade de gravador de CD e 1 unidade de gravador de DVD, monitor de 19 polegadas LCD (adquirido quando ainda éra uma novidade) e todo o conjunto padrão multmidia (câmera, caixas de som, microfone, etc)