Carros da minha vida


Apesar de eu ter dirigido uma centena de veículos dos mais variados modelos, poucos foram os que eu pude chamar de "meu carro".
Confira a seguir um pouco da história de cada um.


Foi com um Fusca 1968 verde oliva que eu treinei para tirar minha carteira de motorista ao 18 anos de idade.
Não foi por usar poucas vezes este veículo que não tenho uma história interessante para contar.
Estava eu ao volante, tendo ao meu lado o meu amigo Pico, me acompanhando nos treinos (não oficiais) pela R. Bento de Abreu, quando ao passar pela rotatória do monumento ao Soldado Constitucionalista, eu não fiz a curva e passei com as duas rodas esquerda sobre a calçada. Deixando o meu amigo de cabelo em pé com a minha barbeiragem.

Ok, eu confesso! 
Eu dirigi duas vezes na minha vida, alcoolizado. Ambas usando esta Brasilia.
Na primeira vez eu sai ileso, apesar de dirigir do sítio onde estava participando de uma festa, até a casa dos meus pais, com um pé cortado, sem perceber que ele sangrava.... e muito.
Na segunda e última vez que dirigi alcoolizado, não tive tanta sorte e acabei enfiando a brasília contra um poste de madeira, destruindo toda a frente da brasília. Fiquei muito machucado, o que acabou estragando os planos de reveillon daquela noite.
Esta mesma brasilia, depois de consertada, foi "atropelada" por um fusca de uma quadrilha de furto de veículos, em pleno centrão da cidade, capotando a brasilia, com meu irmão e dois primos, dentro.
Sorte que todos saíram inteiros dessa. O que não se pode dizer dos marginais que estavam no fusca.


Como presente pelos meus 18 anos (meu pai tinha feito uma promessa de dar um carro para cada filho quando completássemos 18 anos) meu pai me deu um Chevette 1976, escolhido a dedo pelo meu tio Nêne.
Era um veículo com motor de uma série especial e um rádio toca fitas muito legal, calotas especias etc etc.
Sua linda grade frontal rendeu ao modelo o apelido de "tubarão".

O painel, um luxo, para a época.


Fatos curiosos:
1) O carro sempre foi mantido impecável, tanto pela proprietária anterior (única dona), como por mim, até o dia do meu casamento, quando na tarde ao ir conferir na igreja se estava tudo em ordem, estacionei errado e quebrei uma das calotas.
 2) Com este veículo cheguei a levar o  malote do banco Real (quando perdiamos a hora do maloteiro) para o centro de compensação em Ribeirão Preto, diversas vezes (era a oportunidade de tomar chopp no Pinguim).
3) Ao levar os vizinhos para o HC de Ribeirão Preto, na noite da morte de seu filho, durante a viagem, caiu uma cana de um caminhão e a mesma arrebentou com o sorriso da grade da frente do veículo.
4) Uma bela noite, estávamos eu e minha 1a. esposa no veículo quando ao fazer uma curva  o carro não obedeceu o volante e continuou seguindo reto. Sorte estar andando devagar e não ter um outro veículo no cruzamento.
5) O chevette foi vendido no dia do nascimento de minha 1a. filha para que eu pudesse pagar o parto.


Neste momento, tenho a obrigação de citar três outros veículos, que por serem especiais, marcaram sua presença em minha vida.

Maverick, carro que certo dia peguei escondido para fazer graça para as meninas e esqueci de soltar o freio de mão e acabei tendo que chamar meu pai para me socorrer.



"DKV" carro restaurado pelo meu pai e que meus irmãos usavam para dar voltinhas pela cidade.


 Chevrolet "Marta Rocha", em foto de época com meu pai sentado no capô que foi reencontrada posteriormente e restaurada para um tio do meu pai, que tinha sido o primeiro dono dela.



Ao terminar a faculdade de direito e ser contratado pelo Unibanco para trabalhar como negociador na região, oferecendo um passat do meu irmão Rogério como lance, eu adquiro uma cota contemplada de Consórcio. Com a carta de crédito nas mãos e precisando urgente do veículo para a semana seguinte, pois, meu treinamento já estava terminando. Eu comprei este Fiat Uno EP 1995, para poder viajar.
Sua cor, lançamento do ano, variava de tom conforme a luz incidente.

Excelente idéia teve a FIAT de esconder o cinzeiro junto com o acendedor na parte superior do painel,  assim eu conseguia evitar que as pessoas fumassem dentro do meu carro.

Fatos curiosos:
1) O único Uno EP disponível rapidamente, chegaria na sexta feira (último dia de meu treinamento) na revenda FIAT de Ribeirão Preto, no momento da compra, o vendedor não tinha disponível uma amostra em metal da cor do veículo, por ser lançamento da cor. E a cor do catálogo, apresentava um tom de cinza metálico ao passo que o vendedor insistia em dizer que era um novo tom de azul, entre o Gurundi e o "calcinha".
2) Quando um colega de trabalho, esqueceu as chaves do seu também UNO EP 1995, em Campinas, no hotel da reunião do banco. Eu emprestei a minha chave reserva para ele tirar o carro do estacionamento em Araraquara e voltar para sua casa em Jaboticabal-SP.
A chave serviu perfeitamente para abrir a porta, abrir o tanque de combustível e dar ignição no carro dele.
3) Em uma viagem para Cambuí-MG, subi junto com meu primo e minha prima a pedra de São Domingo, um dos pontos mais altos do sul de minas.
Para conseguirmos chegar ao topo, era necessário que meus dois primos descessem do carro para eu ganhar velocidade e passar pelos pontos mais ingremes.
4) Na minha separação este veículo foi objeto de disputa na partilha dos bens. Desejava a minha ex-esposa, ficar com o veículo e que eu continuasse pagando as parcelas restantes do consórcio. No fim o veículo ficou comigo, até a "falência" do meu escritório em Campinas, quando tive que vender para o meu pai o UNO.



Quando pude ter de novo um carro, este foi o modelo escolhido. Um Renault Twingo 1996, cinza.
Logo este que já era um desejo antigo meu, passou a ser também a paixão da minha atual esposa.
O carro era sensácional. Com painel digital, controle de tração dos cintos de segurança, banco traseiro deslizante, e outros inúmeros recursos inexistentes nos veículos nacionais. Esta carro venceu até a desconfiança da minha esposa quanto a compra de carros usados.


Um carro perfeito, tanto no design externo...



 ...quanto na ergonomia interna, possuindo até um porta moedas que funciona de verdade.


Fatos curiosos:
1) Usávamos este carro para carregar 10 caixas de tamanho de caixas de cestas básicas grandes, com filmes dentro, para as locadoras itinerantes que tínhamos.
2) Quando levei este carro para uma revisão preventiva em um mecânico conhecido do meu sogro, o mesmo passou o relatório de que tinha que trocar os discos dos freios porque os mesmos estavam incrivelmente finos. Obs.: No manual do carro, estava escrito que devido ao uso de novas tecnologias e metais o Twingo utilizava um disco de freio bem mais fino e resistente.
3) Certa manhã de domingo, quando fui participar dos preparativos para um almoço do Rotary Vergueiro, raspei levemente a lateral do veículo no portão e caiu um pedaço enorme da pintura. Fiquei em desespero, até descer do carro e ver que era massa plástica.

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